Uma coisa sobre a minha pessoa é que não funciono muito bem sob pressão e por isso meio que entrei em "Pânico no Lago" quando fui chamada para contar um pouco dos bares de Guaxupé. A questão é : Seria uma menina de 19 anos capaz de dar um panorama dos bares da nossa cidade? Esses simpáticos lugares carregados de tanta história de amor, de ódio, de infância ou principalmente aquela super história engraçada que se não te matar de vergonha você vai contar para os seus netos? Acho engraçado isso de contar história para os netos porque avós são figuras tão perfeitas e idealizadas que os julgo incapazes de fazerem qualquer coisa comprometedora. Por outro lado, acho que chamaram a pessoa certa por causa dessa minha mania de comer. Não, não é uma maniazinha, é uma coisa meio absurda. Todo santo dia eu tenho desejo de comer alguma coisa diferente e por isso poluo meu Facebook com aquilo que chamo "Desejo do dia". Sou a favor do desejo compartilhado pelo mesmo motivo que sou a favor do medo compartilhado, é que acho que diminui um pouco, sabe?
Apesar da pouca idade tive a oportunidade de conhecer o Bar do
Francisquetti que era como os mais chegados chamavam o Jardim de Inverno. Essa
foi uma das grandes vantagens de ter o Vô Quiqui e a Vó Ana morando na Rua da
Aparecida. Sim, a rua que leva esse nome por causa da dona de um antigo bordel
da cidade, mas que convenientemente fica próxima à igreja Nossa Senhora
Aparecida fazendo com que alguns desavisados acreditem que é uma homenagem à
querida padroeira do Brasil. Laiz também é cultura. Enfim, acabou que tive
oportunidade de provar as delícias daquele lugar acompanhadas daquela decoração
vintage de aspecto tão natural e nada forçada. Sei que se pudesse voltar lá
hoje em dia ficaria louca e daria trabalho por não poder levar pra casa aquelas
relíquias que garanto é o sonho de muitos admiradores de coisas retrô. Mas se
teve uma coisa que me marcou no Bar do Francisquetti foi a coxinha que tinha em
sua pontinha um ossinho de coxinha de galinha, achava aquilo tão criativo.
Outro bar que me lembra infância é o Galo de Ouro. Meus pais me
ensinaram muitas coisas na vida e uma das melhores delas foi a frequentar o
Galo. Um ambiente tão familiar que minha mãe me levava até quando era bebê e me
deixava lá com as pacientes Dona Irmâ e Dona Nenê. Aqueles galos dourados
gigantes na parede e um delicioso cardápio com Bauru, omelete gigante, milk
Shake, empada de massa podre e a também tradicional coxinha que ao invés de
ossinho na pontinha tem um palito de dente. E o Galo continuou, mudou de lugar,
de dono, mas não perdeu aquela cara de ambiente familiar. É aquele tipo de bar
que frequentei em todas as fases da minha vida até hoje e que espero um dia
poder levar meus filhos. Galo de Ouro tem sabor de nostalgia e é por isso que o
considero o bar mais tradicional da cidade. Tradição é uma coisa que não tem
como comprar.
Uma das coisas que admiro em Guaxupé é a diversidade do tal dos
barzinhos ou barzin como é chamado por grande parte da mineirada, grande
apreciadora dos benditos. Tem pra todos os gostos e bolsos e o melhor é que não
os considero concorrentes, cada um tem a sua especialidade. Quem quer comer
torresmo vai no Meio Período, bolinho de lingüiça é no Bar do Geraldão e como
esquecer da divina batata com creme de queijo do Vila Minas? Quem nunca ouviu
falar do arado do Bar do Sininho ou das tardes animadas do Skinas? Antiquário é
Bar pra toda hora, chique com cara de rústico e que me lembra especialmente o
inverno por conta de seus aquecedores ou copa do mundo por causa das tvs. Barbaridade
e Zebu são a alegria dos universitários e horror dos pais que pagam as
mensalidades da Unifeg quando na verdade
alguns filhos conseguirão apenas o diploma do Unizebu. O Bar Marcenaria é ótimo pra quem quer algo
mais tranquilo que o Marcenaria Pub. Por mais que isso seja sobre bares não
poderia deixar de falar do Marcenaria Pub por representar há 6 anos a noite de sexta
guaxupeana e atrair público de toda a região. Queria ter ido alguma vez ao
armazém, dizem que era ótimo e quando falei isso pra minha mãe ela soltou: Isso
é porque quem frequentou o armazém não sabe o que era Churrascaria Bambu,
ficava ali onde hoje é o Hotel Marambaia. Depois de uma boa noitada, de um bom
baile ou até mesmo de uma noite de Expoagro é pro Kutchula que todo mundo
corre, é onde tem o melhor bauru da cidade e representa muito o fim de noite da
galera. Exceções devem ser abertas e por isso não poderia deixar de falar
também da Casa do pastel, One Way e do Ponto de Econtro.O primeiro por ter
criado um novo conceito de pastelaria, porque se antigamente dava vontade comer
pastel a noite e não tinha onde ir. O segundo por ser a hamburgueria que
faltava, por um preço justo se contar com a qualidade, ambiente muito agradável
e principalmente por estar sempre presente no meu já citado Desejo do dia. E o
terceiro por fazer juz ao nome e
principalmente por ser uma presença tão marcante nos carnavais guaxupeanos.
A importância desses barzinhos vai muito além de seus cardápios ou
decoração. É muito mais o clima do local, as amizades que você constrói, as
histórias que vivencia e principalmente aquilo que fica na memória. Espero que
muitos bares de hoje tornem-se tradicionais. Desejo do dia: Que os bares de
hoje tenham sabor de nostalgia também pras crianças de hoje e adolescentes de
amanhã, que elas lembrem com saudade dos detalhes e que melhor ainda possam
continuar frequentando-os e matando sempre a saudade.
3 comentários:
Belo post Lais !
M.....
Adorei Laiz!!! Descreveu todas minhas experiências, desde o Francisquetti!!! também sempre lembro de que teve alguns bares e lanchonetes onde foi o estação 91!
beijos,
Quem é M? Brigadão, Belle. Nossa como esqueci daqueles bares? Super ia com a minha mãe. Super falha.
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