Hoje eu recebi um elogio muito bonito. Uma pessoa falou que me descreveu pra outra assim: A Laiz é uma pessoa que escreve com o mesmo fervor de uma criança brincando com o giz. Não é lindo? Você já elogiou alguém hoje? Se não, elogie e você fará alguém ter um dia melhor. Enfim, depois de um elogio desses seria uma afronta se eu não voltasse a escrever. Por mim mesmo, sabe? Me fez lembrar o quanto gosto de fazer isso, mesmo que ninguém leia, mesmo que ás vezes nem minha mãe ache graça. Acredite, acontece. Ela nunca disse que não gostou, mas percebo só pelo olhar. Escrever me faz bem porque eu me liberto de tudo aquilo que ficaria entalado na garganta. Ou pelo menos um pouco daquilo. 
Eu escrevo porque gosto de falar. Quem me conhece sabe que eu falo pelos cotovelos. Que expressão esquisita né? Não tanto quanto arrebentar com a boca do balão, mas esquisita. O problema é que me exponho demais. Eu simplesmente gosto de contar as coisas. Sou assim com quase todo mundo, mal conheço a pessoa e se vou com a cara já vou logo contando minha vida inteira. Se não vou com a cara já sabe né? Ás vezes me esqueço disso por algum tempo e acabo contando também. É engraçado como que tem gente que o santo não bate né? Enfim. Não há nada que me impeça de falar, eu começo e não paro mais, geralmente quando vou perceber já é tarde e já falei o que não podia. Eu sempre juro que vou me conter, mas não consigo é simplesmente mais forte que eu. 


Sou tagarela com piadinhas também. Sou daquelas que perde o amigo, mas não perde a piada. Do nada eu começo a fazer graça e se alguém rir FUDEU, eu não paro mais. Azar da minha família que tem que me aguentar nos almoços de domingo né? Porque no começo até é engraçado, mas depois fica chato e sempre acabo me arrependendo das merdas que eu falo. Sabe aquela ex BBB que foi no Faustão e disse que se nada desse certo ela viraria bailarina? MINHA CARA. Mandei pra um amigo zoando da cara da menina e ele, que inclusive tem esse mesmo gênio, falou: Puts, minha cara. E como a gente tem o mesmo gênio nesse aspecto logo conclui que é a minha cara também.

Eu juro que eu queria ser aquelas pessoas contidas, sabe? Misteriosas, que ninguém sabe da vida, que para saber das coisas você tem que conhecê-la muito bem para ter o privilégio. Esse tipo de pessoa sabe da vida de todo mundo e ninguém sabe da vida dela.  Na época da escola eu tinha uma amiga assim e eu invejava tanto essa característica. Acho que a deixava com um ar tão responsável. Nunca que ela sairia contando de quem gostava, quem pegou ou o quanto passou mal de tanto beber na festa do final de semana. Perto dela eu sempre me sentia tão irresponsável, louca e infantil. Não que eu fizesse mais que ela. Acho que inclusive fazia menos. Mas eu falava demais e isso nunca foi e nem será legal pra minha vida.
Odeio ser tagarela, odeio que minha vida seja um livro aberto. Só acho que tudo isso faz com que tenham uma imagem errada de mim. Eu falo demais, falo demais da minha vida pra todo mundo, mas poucos são os que realmente me conhecem. Acho que inclusive dá pra contar nos dedos.

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