Esse ano foi normal, foi um ano de paz. Ano passado pedi muitas coisas, mas a que mais pedi mesmo foi paz. Paz é o tipo de coisa que você só dá valor quando deixa de ter, enquanto você tem ela está lá e  você nem lembra.  Pedi paz e tive paz. Pedi dinheiro e tive paz. Pedi amor e tive paz. Cada dia acordei me sentindo de um jeito, mas ano normal é assim mesmo e ano anormal é pior ainda.  


Um dia acordei e me senti meio gorda, no outro dia acordei e me senti meio gorda de novo e de tanto me sentir meio gorda de repente eu estava me sentindo gorda inteira. Tudo bem acordar e se sentir meio gorda, mas um dia acordei e decidi que não queria mais. Tratei de fazer dieta e academia e descobri coisas a respeito desse universo. Descobri que ao contrário do que eu pensava as pessoas na academia não reparam umas nas outras porque todas estão preocupadas com elas mesmas e então me senti idiota por ter usado isso como desculpa por tanto tempo. Descobri que todo mundo se acha um pouco nutricionista ou personal trainer. Percebi que as pessoas que estão longe de ter o corpo perfeito são as que mais criticam. E eu que achava que valia por aquilo que eu era e pelo que pensava aprendi que homens que nem olhavam na sua cara vão te procurar só por você estar com uns quilos a menos. Percebi também que as pessoas que mais te criticavam por não fazer dieta são as que mais criticam por fazer e mais tentam desmotivar. Aprendi a me divertir com pessoas bêbadas sem beber, é difícil, mas não impossível. Descobri que quando você faz dieta tem vontade comer coisas que você nem gostava antes da dieta. Incentivei no mínimo 2 pessoas a mudarem de hábitos. Aprendi infinitas coisas que renderiam um texto só sobre esse assunto. Tem dia que eu acordo e me sinto meio magra e se eu acordar vários dias me sentindo meio magra quem sabe um dia não me sinto magra inteir
a. É óbvio que eu to longe do corpo dos meus sonhos, ainda tem muito o que ser feito, mas um dia eu espero chegar lá.

Um dia acordei e me senti meio fracassada, sem sucesso. Mas aí eu percebi que se eu quero algo eu tenho que correr atrás. Igual fiz com a dieta, sabe? A principal coisa que aprendi com ela é que se eu correr atrás e tiver força de vontade eu posso conquistar tudo aquilo que eu quiser. Só deu certo quando eu parei de reclamar e corri atrás e tudo na vida deve ser assim. Se eu aplicasse essa força de vontade em outros campos da minha vida eu seria milionária, feliz e muito bem resolvida.

Um dia acordei e me senti meio confusa. Não sabia que decisão deveria tomar, não sabia se deveria arriscar. Resolvi arriscar e o resultado foi que um dia acordei e me senti meio amada. Mas aí eu tive que dar um jeito. Você pode acordar e se sentir meio gorda, meio fracassada, meio confusa, mas nunca meio amada. Ninguém merece um amor pela metade. Não se pode mendigar amor. Mas aprendi que é muito melhor arriscar do que permanecer eternamente na dúvida. Em um texto recente falei: "Enquanto você não escolhe tudo permanece possível, mas ao mesmo tempo nada parece possível".  Enquanto você não arrisca você se prende àquilo e fica sem coisa nenhuma. Pelo menos agora eu sei que posso seguir em frente e começar um ano realmente novo, cheio de possibilidades.


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Eu sou muito apegada a cheiros. Sempre fui. Eu sou capaz de sentir um cheiro na rua e me lembrar de algo ou alguém. Mais importante ainda, sou capaz de lembrar perfeitamente por alguns milésimos de segundos da sensação que tive em determinados momentos da minha vida. 
Tem cheiro de natal, cheiro de primeiro dia de aula, cheiro de dia chuvoso na fazenda, cheiro de aniversário, cheiro de cinema, cheiro de fome. São infinitos cheiros, mas de todos os cheiros do mundo o melhor mesmo é o da minha mãe. 
O cheiro da minha mãe é o cheiro presente nos melhores momentos da minha vida, é o cheiro que me faz lembrar de momentos de amor incondicional. Minha mãe usa o mesmo perfume desde sempre, mas ele saiu de linha e tirar perfume de mãe de linha é triste demais, uma maldade, é como tirar essa minha oportunidade de relembrar as melhores sensações. 
Poxa, O Boticário, traz de volta o Insensatez, traz de volta as melhores lembranças da minha vida. 





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Uma frase clichê, mas verdadeira é que a gente não precisa de muitos amigos, a gente precisa de bons. Eu preciso daqueles amigos que me elogiem, mas que também me critiquem, que me digam quando estou errada e que nunca pensem em me dar razão só porque são meus amigos. Esses dias brinquei no Facebook que amigo que é amigo joga a verdade na cara, cospe e ainda dá três tapas que é pra ver se a gente acorda
Tem gente que tem mania de ver o pior das coisas, mas também tem gente que tem mania de ver o melhor. É claro que tem que ter a mente positiva e tal, mas sempre também não dá. E não é só porque é chato, é porque é perigoso. Tem hora que a vida tá lá gritando que não tá dando certo e você ainda insiste em ter esperança. Vai ficar insistindo até quando? Vamos deixar de ser boba né, colega?
Viver deveria ser simples porque você sabe exatamente o que não fazer, mas acaba fazendo. Tem vários exemplos a não seguir, mas acaba seguindo. Não enxerga que aquele exemplo é exatamente você. Vê alguém quebrar a cara, vê o quanto há coisas que não têm solução, mas tem a insistente mania de achar que vai ser diferente.  É muito fácil ser racional quando se trata do outro, muito fácil julgar porque o outro simplesmente não deixa pra lá. Acontece que a  vida tá tipo o Capitão Nascimento gritando, dando tapa na cara e você não está querendo ver, logo ela traz o saco e é nessa hora que chega seu melhor amigo para impedir que ela traga o pau. 

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Enquanto você não escolhe tudo permanece possível. Eu assisti Sr. Ninguém já faz mais de um ano e fiquei encantada com essa frase. Faz todos os sentidos do mundo, explica muitos de meus medos e confusões mentais. Meus maiores medos estão relacionados às escolhas e isso porque o escolher não significa escolher uma coisa, mas deixar de escolher infinitas outras. E se eu escolher errado? E se não tiver mais volta?  
Eu nunca quero só uma coisa, na verdade, ás vezes até quero, mas o que eu quero eu nunca posso ter. Além do mais, toda escolha tem uma consequência e eu odeio arriscar. Mas e se eu não arriscar? Não é perigoso eu ficar sem coisa nenhuma? E se eu passar a vida inteira sem saber se eu posso ter? Não é melhor arriscar logo? Nem que seja pra quebrar a cara e partir pra outras infinitas escolhas.
Mas será que não é bom viver um pouco de ilusão?  A ilusão é confortável, faz com que sempre haja aquela pontinha de esperança de que algum dia vai dar certo, nem que seja uma pontinha de esperança que só você
veja.
Enquanto você não escolhe tudo permanece possível, mas ao mesmo tempo nada parece possível.

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Tem um tipo de sonho que acho que todo mundo tem. Aquele em que quando alguém te acorda você sonha que já fez tudo que precisava fazer, sabe? Por exemplo, acordou, tomou banho, trocou de roupa, tomou café e foi trabalhar. Mas aí quando você se dá conta você ainda está dormindo e não fez nada. É muito decepcionante e aumenta o grau da preguiça em 100% porque é como se você tivesse que fazer tudo aquilo de novo.
Quando eu era pequena eu tinha um pensamento muito esquisito. Eu pensava que meus professores e todos meus coleguinhas eram ursos fantasiados de humanos e que uma hora ou outra eles tirariam as máscaras e só restaria eu de intrusa. Eu juro que pensava isso, é um pensamento muito esquisito para uma criança e por que ursos? Não me lembro de ter medo. Seria uma identificação com caixinhos dourados? Que loucura. Algum psicólogo explica? Por favor.
Eu tenho sonhos esquisitos e quando percebo que é sonho, fico em pânico com o que possa acontecer e berro minha mãe para me acordar, em vão. Quando finalmente acho que acordei, estou em meu quarto buscando o interruptor e quando não tenho forças para apertá-lo percebo que ainda é sonho e fico ás vezes a noite inteira nessa de implorar pra alguém me acordar.  Ultimamente ando me controlando e mesmo depois que percebo que é sonho me acalmo até esquecer.  
A relação disso tudo é que é assim que eu me sinto ás vezes em relação à minha vida. Eu tenho alguns medos estranhos. Tenho medo da minha vida ser só um sonho e um dia eu acordar com 5 anos e perceber que não fiz nada do que fiz. Ou acordar sendo uma pessoa diferente com uma vida diferente e tudo isso não ter passado de um sonho. Ou que todos em minha volta são impostores tipo o show de Truman ou tipo os ursos da minha infância. Sei lá, parece loucura, mas juro que ás vezes me pego pensando nisso. Se a minha vida for mesmo uma camada de um sonho infinito eu não estou gritando para ninguém me acordar e eu nunca quero ter força suficiente para apertar o interruptor.

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A cena ocorre em um quarto com pouca iluminação, há muitos curiosos no local. Uma menina está sentada na penteadeira enquanto a mãe coloca em sua cabeça um véu. Todos olham admirados, ela olha para o espelho e a imagem refletida chora. Uma criança de 8 anos vestida de branco. A menina era eu, eu em um pesadelo de infância no qual todos os meus familiares, das avós às tias e primas mais distantes me obrigavam a casar.  Imagina que pesadelo seria pra uma criança que não consegue ficar longe da mãe nem por uma noite, casar? Foi então que nessa fase de infância adquiri pânico no lago de casamento. Engraçado é que quando tinha uns 4, 5 anos minha vó sempre casamenteira que foi já brincava me questionando sobre a data e eu dizia em alto e bom tom: 10 anos. Claro que isso é consequência daquela típica falta de noção de idade que a gente tem quando criança, nada a ver com eu ser precoce ou algo do tipo.

Hoje sou apaixonada por casamentos. Acho lindas as festas, as decorações, as fotos, os vestidos, as músicas, tudo que deve ser planejado nos mínimos detalhes. Sério, eu já escolhi meu vestido há dois anos enquanto visitava um blog de moda bem conhecido. Gostei logo de cara e já saí mostrando pra todo mundo feito louca mesmo: Já escolhi meu vestido de casamento, quer ver? Claro que vou mudar de ideia daqui um tempo e escolherei outro e depois outro e assim sucessivamente.  Um tempo atrás acordei com uma música perfeita de um filme favorito daqueles que nunca sairão de moda e pensei: Será essa a música. Teve uma época que falei tanto de casamento que disseram que eu deveria estar querendo casar. Não tem nada a ver porque  já escolhi também o nome dos meu filhos e nem sei se eu quero ter filhos. A gente simplesmente tem mania de planejar essas coisas que podem ou não acontecer em um futuro distante. É bem mais fácil planejar coisas distantes que planejar soluções para problemas simples da vida como, por exemplo, estudar pra prova da semana seguinte. 
Eu não tenho pânico de casamento como na infância, mas também não quero loucamente casar. Não imagino que alguém além da minha mãe e irmã possa me suportar tanto tempo. Não imagino também como suportar alguém com quem não convivi muito até aqui e que terei que conviver tanto. É muito complicado pensar nisso. Conversa de gente encalhada também, sabe? Daqui uns anos posso aparecer aqui na maior cara de pau e negar tudo isso. Enquanto não acontece prefiro continuar pensando nos vestidos, decorações, músicas e quem sabe um dia não caso de mentira? Faço uma festa de casamento sozinha, não divido a atenção com ninguém, meu bonequinho do bolo terá todo o espaço do mundo e mato minha vó de desgosto. 

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Esse ano o dia primeiro caiu na segunda exatamente depois do feriado de páscoa. Esse “fenômeno” aconteceu também uma vez quando eu era bem criança. Passei um ótimo feriado na fazenda com direito a muitas brincadeiras, comilanças. Não dá tristeza pensar que naquela época se não quiséssemos ganhar quilinhos a mais era só fazermos aquilo que mais gostávamos? Brincar, brincar até não agüentar mais. E se a gente fosse gordinha também pelo menos pelo mundo dos adultos éramos considerados fofinhos. Os mesmos adultos da família que hoje nos julgam pelos quilos a mais ou comentam que se continuarmos assim jamais arrumaremos namorado. Voltando ao assunto do feriado, voltamos na segunda 6h da manhã, pois teríamos aula às 7h. Estava bem frio e chovia um tempinho excelente para ficar na cama e dormir, era isso o que mais queria fazer já que não há nada melhor que dormir quando não se pode. Eu lá sentada no sofá, enrolando para entrar no banho enquanto meu pai retirava as malas do carro. Reclamei que não queria ir na aula só por ser reclamona mesmo, sem esperança, mas tive uma surpresa.  Ele disse:  Você não precisa ir, a diretora ligou falando que não tem aula por causa da chuva. Foi a melhor notícia do mundo. Fui correndo para o quarto, colocar pijama e dormir. E então ele chegou rindo da minha cara e dizendo: Primeiro de Abril. E esse foi meu primeiro contato real com essa data.
Na verdade quando era bem menor ainda já tinha tido contato com brincadeirinhas bobas, tão bobas que nem faziam sentido. O legal era apenas contar uma mentira como falar que o nariz da pessoa estava sujo e esperá-la verificar para depois rir. Depois quando eu era adolescente a graça era inventar pra minha mãe que eu estava grávida só pra ver a cara dela. Tipo, oi? Só que esse ano o primeiro de Abril foi uma chatice, no domingo eu já me preparei para que ninguém me enganasse na segunda. E na segunda a moda não era contar a mentira e esperar que o outro caísse. O legal no facebook era falar que estava preparado para não ser enganado, que isso tudo era uma bobeira ou que o dia da mentira já foi bem mais legal, é exatamente o que estou fazendo aqui. Quantos quês, gente.
Isso me leva a outro assunto. Segundo alguns queridos professores estamos na época do mimimi e se formos parar pra pensar estamos mesmo. O ser humano é um eterno insatisfeito e parece que na rede social essa insatisfação está cada vez mais divulgada. Reclama-se pelo simples fato de reclamar e é óbvio que sou uma delas, sou uma das rainhas do mimimi. Inclusive tenho infinitas reclamações sobre a convivência facebookiana, mas vou deixar pra uma outra vez. Uma delas é a velocidade das informações. Um assunto que hoje de manhã é novidade à tarde você já não agüenta mais ouvir falar. Tenho um amigo que diz que acha que mais que “não curtir” o botão fundamental do facebook seria um “já vi”. Imagina que cortação de barato seria? Quer uma prova da velocidade das informações aliada ao mimimiísmo? O preço do tomate que em um dia era assunto geral, todo mundo comentando, virou até meme e no outro dia a moda era reclamar das pessoas que reclamavam do preço do tomate e hoje o assunto é reclamar das pessoas que reclamaram das pessoas que reclamavam e assim sucessivamente. Como diriam outros amigos zuando: “Achei ofensivo. Apaga.”
ps: não duvido que alguém reclame do tema do meu texto ser mimimi já que tanta gente já falou disso =\



Texto publicado atrasadíssimo aqui.
Publicado também em: https://www.facebook.com/pontocomrevista?fref=ts

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Eu nunca quis ser astronauta. Sempre quis começar um texto assim, mas nunca encontrava onde encaixar essa frase. Esse papo de sempre dizerem que toda criança já quis ser astronauta é mentira. Tá, beleza, deve ser super legal a viagem até a lua, flutuar e tal, mas e quando eu chegar lá ? O que é que eu vou fazer? Sou hiperativa e ansiosa demais pra ser astronauta. Além do mais, esses dias vi um quadrinho onde mostrava dois astronautas e um deles estava com coceira no nariz. Consegue imaginar o desespero? E é claro que ia dar sim uma coceira no nariz porque coceiras sempre dão nas horas erradas, tipo na missa na hora do pai nosso comunitário. Esqueça alergias, ataques de pernilongos, pó de mico o que dá mesmo coceira é não poder coçar.
Quando era criança quis fazer moda porque achava que criava modelos de vestidos incríveis com a toalha de banho.  Já quis também ser cabeleireira e me frustrei logo no primeiro corte, fui obrigada a desistir do meu sonho depois de transformar meu lindo cabelinho em uma réplica perfeita de capacete. Já quis ser advogada porque sempre gostei de argumentar para defender meu ponto de vista e porque inventava contratos para meu pai assinar e me dar as coisas que prometia.  Já quis ser tanta coisa que já quis, inclusive, não ser nada o que foi realmente o mais desesperador.
Um dos meus sonhos infantis era trabalhar na rádio. Primeiro porque eu achava muito importante falar algo para muita gente ouvir. Achava tão importante que cheguei a ligar na rádio, pedir música e gravar aquilo pra ouvir depois e mostrar para a família como se fosse a coisa mais importante do mundo, como se só pessoas muito privilegiadas pudessem ligar lá para falar ao vivo. O motivo principal de querer trabalhar na rádio é porque eu tinha uma grande inveja do locutor. Gente, o cara da rádio parece ter a vida perfeita, são 7h da manhã você está quase morrendo de sono, indo cumprir suas obrigações e ele ta lá, naquela animação. Meio dia, aquela fome do cão e ele continua na mesma animação.  Eu pensava que o cara da rádio era a pessoa mais feliz do mundo, sempre animado e jovial. É por isso que esse foi por muito tempo o emprego dos meus sonhos. Eu cheguei a trabalhar na rádio, realizei meu sonho. Também paguei muito mico, chamei gente importante pelo nome errado, tirei o locutor ao vivo, dei uma de surda e sou zuada até hoje quando lembram dessas gafes. Foi uma super experiência, é o tipo de coisa que você só aprende na prática e errando muito mesmo. Descobri que o locutor da rádio não é a pessoa feliz 24h por dia, mas se ele ama aquilo que faz consegue fingir muito bem.
Depois descobri que eu gostava de escrever apesar de sempre ter ido tão mal em redação. Eu não queria escrever sobre o derretimento das calotas polares, os países emergentes ou o sistema de cotas em universidades. Queria escrever sobre aquilo que realmente importava na minha vida como a minha relação com meus avós, um causo de infância ou algo que aprendi com a vida. Até hoje quero ser um monte  de coisa. Cada hora uma coisa. Meu sonho mesmo é ir no programa do Jô dar entrevista, acho que é o máximo uma pessoa conseguir ir lá, quer dizer que é realmente boa naquilo que faz. Meu outro sonho é um dia chegar .  é aquele lugar que todo mundo tanto fala que quer chegar. Meu problema nem é saber onde é . Meu problema é que o meu  vive em constante mutação então nunca sei se um dia chegarei nele. 





texto publicado em : 
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Domingo dá depressão mesmo, disso todo mundo já sabe. É dia da gente pensar na vida, no que tem pra fazer, marcar de começar dieta, resoluções na vida, tudo aquilo que infelizmente vamos esquecer na segunda e lembrar só no próximo domingo. É dia de assistir fantástico e ver quantas coisas ruins acontecem no mundo, mas também ver uma esperança no fim do túnel como aquele pai que desenvolveu a bota para jogar futsal com o filho deficiente e prometeu desenvolver mais uma para a dupla de irmãos dos EUA que competem triatlo juntos. Aquilo foi realmente de encher os olhos d'água.
É dia principalmente de almoçar na casa dos meus avós. Não é todo domingo que vamos lá, mas aquele que vamos é maravilhoso e não digo só pela comida divina que minha vó faz, mas pela companhia, união, o estar junto. Minha mãe é filha única, portanto eu e minha irmã somos únicas netas do vô quiqui e da vó Ana o que faz com que sejamos paparicadas desde criança. Quiqui deriva de Henrique e Ana de Ana Maria, nome que darei aos meus filhos se um dia eles existirem. Todo almoço são os mesmos ritos. Minha vó sempre pergunta quando vou arrumar um namorado e faz planos de como conseguir o marido perfeito pra mim, para não perder o costume fico brava, faço cara feia, ou invento uma resposta infeliz para completar a brincadeira. Meu avô coloca muito pouco sorvete no meu prato como se nada estivesse acontecendo enquanto enche o prato da minha irmã só para me ver ficar furiosa. Depois minha vó me manda sair mais, me arrumar mais, passar mais maquiagem no dia a dia, entre outras coisas que ela julga como importantes conselhos. Meu avô faz mais algumas piadinhas só pra ver a gente sorrir. Faço minhas graças, minha irmã faz as delas, rimos muito e vamos embora prontos para outra semana.
Esse domingo em especial fomos almoçar nos meus avós, tudo corria na mais perfeita ordem, seguindo os mesmos costumes até que meu avô contou que tinha ido até o clube da cidade e jogado pão para os patos no lago. E é aí que entra a minha crise de domingo. Quem vê de fora acha que é bobeira, mas pra mim não foi. Se hoje nossos costumes são aqueles que descrevi no parágrafo anterior, antes não era. Eu, minha mãe e minha irmã íamos todo santo domingo bem cedinho para a casa dos meus avós onde tomávamos café da manhã. Quando o domingo era muito ensolarado íamos para o clube nadar, mas quando não era meu avô levava eu e minha irmã ao clube para passear. Lá nós brincávamos muito, ele balançava a gente no balanço, cuidava para que não caíssemos dos brinquedos, rodava os brinquedos, levava para tomar água direto na bica e nunca se esquecia de separar pão para levar para os patos. Entende por que me deu tristeza? Eu abandonei aquele costume, mas meu vô não. Ele continua indo lá todo santo domingo para jogar pão para os patos e só Deus sabe a importância que isso tem pra ele. Eu adorava aqueles domingos, eram preciosos, fazem parte da minha infância. E quando eu percebi que eu abandonei uma coisa simples da minha infância eu me senti em imensa falta com ele porque foi como se eu tivesse o abandonado também. Eu me arrependi de as vezes ter perdido a paciência com seu jeito sistemático enquanto ele jamais perdeu comigo em minhas diversas birras. Me arrependi de ter deixado ás vezes de lado duas pessoas tão importantes da minha vida por falta de tempo, por priorizar outros compromissos ás vezes sem grande importância. E me bateu um medo enorme de perder aquelas duas pessoas por quem eu tenho um merecido amor incondicional. O mesmo medo que bateu quando eu tinha 10 anos e meu vô disse que "iria embora" depois de 20 anos. Meus são responsáveis por grande parte daquilo que sou hoje.



ps: Já escrevi sobre o meu avô em outro texto, quem quiser conferir clique no link: http://www.futilefutil.blogspot.com.br/2011/08/pentelhices-ii.html

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Dia desses estava mexendo em meu armário de bagunças, todo mundo tem um e sabe como é. No meu caso não é bem um armário é uma sapateira daquelas acopladas com a cômoda. Uma sapateira frustrada coitada, nunca chegou a guardar um sapato. Encontrei muita coisa: uns papéis velhos que já não fazem o menor sentido, meu histórico escolar pra jogar sempre na minha cara o quanto sou ruim em exatas, alguns livros que não faço ideia mais de quem são e elas, minhas sapatilhas de ponta da época do balé.
Toda vez que reencontro minhas sapatilhas fico namorando-as. Coloco nos pés, arrisco uns passinhos (não aconselho ninguém a fazer isso em casa) e até dou uma passeadinha pela casa "Olha que que eu achei, mãe. Que saudade". Estão velhinhas e sujas, sapatilhas de balé quanto mais velhas mais bonitas porque significa que foram muito usadas. Usei há uns 6 anos, depois parei por falta de tempo. Foi assim que eu parei as coisas que mais fazem falta hoje, por falta de tempo. Precisava priorizar os estudos na escola e o tempo em que fazia as aulas estava me atrapalhando. Tenho pena por elas que ficam guardadas, esperando para dar uma voltinha rápida pela casa e que jamais participarão de um grande espetáculo.
Encontrei também coisas de rolinhos antigos, amizades do tempo de escola, bobeirinhas que eu tinha mania de guardar. Tem coisa até que eu já joguei fora, lembro de época que tinha muito mais. Mas só joguei aquilo de quem não teve um papel muito bom no meu passado, o que é minoria. Uma coisa que aprendi na vida é que rolinho do passado é coisa intocável, nunca deve ser revivido. No plano das ideias tudo é bem mais lindo que se você reviver com toda certeza não superará as expectativas alimentadas por anos. Será um grande desastre.
Devia ser crime reviver romances do passado. É como inventar de voltar às aulas de balé 6 anos depois. Você se lembra que os pés machucam, o corpo dói e que o colant te faz parecer ainda mais gorda. Percebe que aquele passo de nome esquisito ainda é impossível, que você nunca terá elasticidade suficiente para o espacate e que jamais será o grande destaque do espetáculo. É tão melhor guardas as sapatilhas, há dores que não há remédio que cure.

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Faz tempo que eu penso em escrever sobre soluço, mas nunca tomava vergonha na cara. Soluço é estranho porque meio que vem do nada e dá muita, muita aflição. Esse final de semana resolvi tomar vergonha na cara porque tive A CRISE. É, eu meio que fui forçada a tomar vergonha na cara porque foram 4 crises seguidas então imagina a festa  o desespero. Disseram que eu pareço um porquinho quando soluço. Foi Deus querendo me trazer inspiração em forma de soluço.
O engraçado é que crise de soluço é um caminho para solidariedade. Todo mundo quer ajudar e dar a sua dica que jura ser infalível e ainda fica bravo se você pelo menos não tentar. Quando eu era criança minha mãe fazia aquela simpatia de colocar uma linhazinha na minha testa, teve uma vez recente que ela fez o mesmo, mas nem adiantou. Tomar água de cabeça pra baixo nas posições mais engraçadas possíveis, prender a respiração e soluçar enquanto prende a respiração. Há muitas outras simpatias que as pessoas juram que vão funcionar, mas que nunca funcionam.
Antes da crise monstra eu já tinha tido uma crise tensa em uma festa open bar. Estava frio, eu vestida de piriquete e nem era baile a fantasia, não deu outra foi soluço a noite inteira. Acho que foi friagem, piriguete não sente frio e como eu não sou piriguete eu senti muito frio. O pior é que em festa open bar você só vai embora se tiver morrendo e no meu caso não existe melhor remédio pra soluço que banho quente e cama.
O que aconteceu esse final de semana é que eu fui em uma festa de formatura (parabéns, maximinho) e do nada eu comecei a soluçar. Eu adoro festa de formatura, gente. Festa de formatura é a festa de 15 anos do mundo da faculdade, eu amava festas de 15 anos. Festa de casamento também é muito top, mas ainda não fui em casamento de ninguém da minha faixa etária, o que na época da minha vó seria preocupante, mas hoje é até meio que um alívio. Na verdade não foi bem do nada, foi depois de um certo ocorrido, ou depois de um certo personagem: O tequileiro.
Tequileiro é um cara gato geralmente sem camisa que te seduz e faz ir até ele. O engraçado é que se algum cara da formatura por mais gato que fosse resolvesse tirar a camisa alí eu o zoaria até a morte, mas o tequileiro pode, ele tem o aval simplesmente porque ele é O tequileiro. E aí você chega até ele e encontra uma mulher que te gira como se te preparasse para o ritual dele e te senta em uma cadeira já tonta de tanto que te girou. Ele joga muita tequila na sua boca e fala algo em seu ouvido que eu morria de vontade saber. Achava que ele cantava todas as moças que sentavam alí, mas ele simplesmente fala: RELAXA A CABEÇA e se você relaxa o resto da sua festa será uma ALEGRIA. Depois dele muito te chacoalhar acaba e você vai embora sem rumo e torce pra encontrar alguém que te tire daquela rodinha de gente te olhando. Não tem sal, não tem nem um limãozinho, ele nem te pede o telefone depois de mexer sua cabeça daquele jeito. Então no outro dia eu falei pra minha irmã: Se eu posso te dar um conselho na vida é, nunca vá no tequileiro. Brincadeira tequileiro, seu lindo que alegra a festa da mulherada, ás vezes você nem é tão lindo, mas na festa tudo fica lindo.
Mas aí do nada eu tive crise de soluço, gente. Quando não é na festa open bar é na formatura que também é open bar. Com certeza é friagem.

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Finalmente as coisas pareciam melhores para a família Lopes. Depois do aperto que passaram, aquilo que uns chamam de maré de azar, outros de sufoco ou crise, tudo corria na mais perfeita ordem. João que antes se sentia como alguém que nadava, nadava e não respirava finalmente conseguiu chegar à margem, que segundo ele tem cheiro de terra molhada. Com o emprego garantido a família poderia realizar o sonho das duas meninas. Há tempos que pediam por aquilo e recebiam a mesma resposta: Quando papai arrumar um emprego e tudo correr bem a gente junta as malas, pega um ônibus e vai.
Lúcia que quando casou procurou um emprego apenas para não precisar depender de marido e para poder comprar aquilo que quisesse, mal imaginava que de uma hora pra outra, em um desses reveses da vida teria que sustentar a casa.  O salário não seria ruim se fosse sozinha, mas para dar conta daquele número de pessoas foi bastante apertado. Agora com João empregado Lúcia se sentia aliviada, como se tivesse carregando algo muito pesado nas costas e finalmente pudesse deixar em alguma superfície segura.
Quem vê a família Lopes feliz rumo ao litoral não imagina o que passaram. Contornaram as dificuldades da vida sempre de cabeça erguida, sorriso no rosto e sem nunca perder o mais importante, a união.  Aquelas meninas com olhos pregados nas janelas do ônibus são Beatriz e Ana. Os pais cederam as janelinhas para que não perdessem nada é por isso que ficam ali o tempo todo observando.  Bia é a mais velha, tem 7 anos, vivenciou o apogeu financeiro da família e depois a decadência, tinha idade suficiente para entender o que acontecia. Ana de 5 anos não entendia muita coisa , pouco sabia e talvez se lembrará de pouco ou quase nada daquele tempo  no futuro.
A viagem que por conta da ansiedade parecia demorar uma eternidade chegou ao seu destino. Mal desfizeram as malas e as meninas já começaram a atormentar para que fossem à praia. Juntas entraram correndo no banheiro da minúscula casa e saíram de lá cada uma com seu maiô novinho, especialmente dado de presente pela avó para a tão sonhada ocasião. A família se preparou, a mãe com seu biquíni surrado comprado há muito tempo atrás e o pai com sua bermuda de ficar em casa, partiram a pé rumo a praia que ficava a pouco tempo dali. As meninas saltitantes iam carregando cada uma suas toalhas pelo caminho enquanto o pai e a mãe iam atrás observando aquilo ao mesmo tempo em que olhavam um para o outro, emocionados.
E finalmente chegaram. Só quem sabe o que é ver o mar pela primeira vez entende o que as meninas sentiram. A mais nova puxou o pai pelo braço e o fez entrar junto com ela, corria das ondas, ria, pulava, gritava enquanto a mais velha apenas observava. Bia era sofrida demais, tão sofrida que temia que se corresse para o mar aquele momento se acabaria em um instante e viraria pó, como a areia que entrava em seus chinelos. Bia temia que de uma hora pra outra a água a acordasse daquilo que parecia ser um lindo sonho.
Os dias se passaram, os biquínis que antes pareciam novos agora eram surrados, marcados de areia. As meninas nunca haviam tomado tanto sorvete, as economias valeram a pena e o pai fazia questão de que comessem tudo aquilo que tinham vontade.  O cansaço fazia com que dormissem muito cedo todos os dias, mas também levantavam antes que o sol raiasse para que não perdessem nenhum tempinho do passeio.
Então o tão temido dia chegou, já era hora de fazer as malas, mas antes de partirem a menina mais nova pediu que dessem mais uma voltinha na praia para se despedir. Naquele por do sol era Ana e mar, mar e Ana, como na música. Foi quando a menina tristonha teve uma ideia, só precisava de um pote. Arrastou a irmã mais velha pelas mãos e correu até o quiosque mais próximo e implorou para que a mulher lhe desse um potinho vazio de margarina. Com seus olhinhos brilhantes e voz manhosa não havia quem resistisse e ganhou o seu potinho. Enquanto isso João insistia para que fossem embora, mas Lúcia o segurou pelo braço e com um olhar em um momento daqueles que só quem é próximo entende lhe pediu que esperasse.  Ana voltou contente com seu pote pegou um pouco de areia, um pouco de água e fechou correndo. Agora a menina mais nova poderia ir tranquila para casa, estava levando o mar com ela e ele brotaria assim como brotam as flores no jardim de Lúcia. 

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Criança adora ser do contra. Eu por exemplo, era daquelas crianças bem chatas que não havia meio de fazer aquilo que minha mãe pedia. Um dia ela descobriu que se me pedisse justamente o contrário eu faria exatamente o que ela queria. Começou dizendo que eu estava proibida de tomar banho então, eu fiz uma birra dizendo que queria tomar banho e no final das contas eu tomei mesmo. Digamos então que eu gostava de ser rebelde, gostava de "viver perigosamente". Criança não gosta de dar o braço a torcer e é assim que eu começo o que eu quero contar.
Minha vó uma vez me deu um belo conjuntinho de natal era uma blusa, um short (não consigo falar shorts, acho muito estranho) e um coletinho aberto que ia por cima da blusa, uma gracinha. Se tem uma coisa que minha vó adorava me dar quando criança eram conjuntinhos. Um dia eu tinha um encontro da catequese e resolvi usar o conjuntinho. Sabe como é criança né? Falou que vai sair da sala de aula e tudo vira festa. Fui eu toda feliz e orgulhosa com minha roupinha, achando que tava abafando quando uma amiga disse alto para todo mundo ouvir. “Nossa Laiz, eu tenho um pijama igualzinho a esse que você está usando”. Não existe nada mais sacana que criança. Eu morri de raiva, queria sumir, morrer, matar, bater e cheguei até a me imaginar em cima da menina no chão de terra batida e com o chumaço de cabelo nela nas mãos como um prêmio, mas passou e ao invés disso eu disse:  “Então você usa roupa como pijama porque isso é uma roupa.” A menina disse que tinha certeza que era pijama e eu como não podia dar o braço a torcer, continuei teimando que não era, disse inclusive que eu quem  fui comprar pessoalmente e que a vendedora jurou que aquilo era roupa. Uma total mentira, minha vó que havia me dado, e eu nem cheguei a ver a tal da vendedora, mas era a minha vida social que estava em jogo. Se todo mundo soubesse que eu estava de pijama eu seria zoada por aquilo pelo resto da vida, criança é fogo.  
Eu acho tudo isso uma grande bobeira, por mim hoje em dia eu saia de pijama pela rua porque acho a coisa mais confortável que tem. Todo dia quando eu chego em casa troco minha roupa por um pijama gostoso. Mas quando eu era pequena a maioria dos meus pesadelos era de que eu estava na escola de pijama, ou pior ainda, pelada. Aquilo sim era pesadelo, acordava toda preocupada. No final das contas eu com meu poder de persuasão infantil convenci  a todos de que estava certa e a menina ainda passou de mentirosa. E quando cheguei em casa enfurecida fui perguntar pra minha mãe do misterioso conjunto e como resposta recebi um silêncio constrangedor. Nunca mais usei aquele... pijama. 

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Eu passei boa parte do meu blog falando da minha infância porque acho uma fase extremamente interessante. Adoro procurar naquela época características que fizeram de mim o que sou hoje. Também porque eu tenho uma memória muito boa dessa fase, muito boa mesmo e lembro de coisas que minha mãe até assusta as vezes. Eu acho que eu devia ter feito o colegial quando era criança, pelo menos eu lembraria de tudo até hoje. É óbvio que é brincadeira, não teria base pedagógica para tal, mas foi nessa fase que eu decorei a maioria dos poemas que sei até hoje e decorei de ouvir minha irmã decorando. Bom, gosto tanto de falar disso que enrolei até agora e não falei o principal.
Isso tudo é porque estou quase fazendo 20 anos e quanto mais o tempo passa mais nostálgica e mais apegada nas coisas de criança eu fico. Outro dia me peguei achando elefantinhos e jacarés nas nuvens e hoje o meu grande desejo do dia não é comer uma torta inteira de chocolate, mas passar o dia todo na cama quietinha, sem fazer nada, abraçada com minha mãe.  Se até agora eu falei da infância o certo seria que agora eu começasse a falar da adolescência. O problema é que acho que vou me considerar adolescente até eu casar. Pra mim o marco da adolescência é 11 anos, depois da formatura da quarta série, mas e o marco da vida adulta? Não é a formatura de terceiro colegial, nem faculdade, ainda sou completamente dependente e até um pouco irresponsável. Se eu sou adulta, PORRAN é por isso que o mundo tá do jeito que tá. Digamos então que sou pré-adulta, igual existe pré-adolescente. (Querida nova regra gramatical, ainda não te aprendi, sua linda).
O problema é que 20 anos é meio que um marco pra mim, não é uma idade que queria fazer. Quando eu tinha 13 pensava em fazer 17 e parar no tempo. Com 17 você sai, não pode beber, mas bebe, dá um jeitinho de entrar nas festas e eu não me importava em dirigir, acho que é por isso que não consegui tirar carteira de motorista até hoje. 17 pra mim era a idade perfeita, no máximo poderia ter parado nos 18, mas e 20? O que eu faço com esse número além de me preocupar com a idade que está chegando. Isso tudo não é tempestade em copo d' água, eu sempre me preocupei demais com o futuro, meu medo não é de envelhecer, é de não conseguir fazer tudo que eu quero fazer até lá. Meu medo é do meu eu futuro decepcionar meu eu presente e eu sei que isso vai acontecer porque nem tudo é do jeito que a gente planeja. E quando eu tiver a tão famosa síndrome dos 20 e poucos onde todo mundo parece estar se ajeitando, menos eu. Pânico no lago.
Meu tão esperado 17 anos não foi nenhum pouco como eu imaginava, não tem jeito expectativa x realidade rima com decepção. Inclusive eu acho que eu sei quem foram as culpadas da decepção, revistas adolescentes. Me deram a esperança de que tudo seria lindo, de que um carinha lindo chegaria na escola ou na minha rua e se apaixonaria por mim pelo que eu era e não por minha aparência. Me ensinaram a querer que minha vida fosse de um certo modo, a querer certas coisas que as vezes eu nem precisava e me fizeram principalmente procurar felicidade nas coisas erradas. Queria ter 17 anos com a cabeça que eu tenho hoje e quando eu tiver 30 vou querer ter 20 anos. Como diriam meus profs: Ah, as pessoa...




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