Eu passei boa parte do meu blog falando da minha infância porque acho uma fase extremamente interessante. Adoro procurar naquela época características que fizeram de mim o que sou hoje. Também porque eu tenho uma memória muito boa dessa fase, muito boa mesmo e lembro de coisas que minha mãe até assusta as vezes. Eu acho que eu devia ter feito o colegial quando era criança, pelo menos eu lembraria de tudo até hoje. É óbvio que é brincadeira, não teria base pedagógica para tal, mas foi nessa fase que eu decorei a maioria dos poemas que sei até hoje e decorei de ouvir minha irmã decorando. Bom, gosto tanto de falar disso que enrolei até agora e não falei o principal.
Isso tudo é porque estou quase fazendo 20 anos e quanto mais o tempo passa mais nostálgica e mais apegada nas coisas de criança eu fico. Outro dia me peguei achando elefantinhos e jacarés nas nuvens e hoje o meu grande desejo do dia não é comer uma torta inteira de chocolate, mas passar o dia todo na cama quietinha, sem fazer nada, abraçada com minha mãe.  Se até agora eu falei da infância o certo seria que agora eu começasse a falar da adolescência. O problema é que acho que vou me considerar adolescente até eu casar. Pra mim o marco da adolescência é 11 anos, depois da formatura da quarta série, mas e o marco da vida adulta? Não é a formatura de terceiro colegial, nem faculdade, ainda sou completamente dependente e até um pouco irresponsável. Se eu sou adulta, PORRAN é por isso que o mundo tá do jeito que tá. Digamos então que sou pré-adulta, igual existe pré-adolescente. (Querida nova regra gramatical, ainda não te aprendi, sua linda).
O problema é que 20 anos é meio que um marco pra mim, não é uma idade que queria fazer. Quando eu tinha 13 pensava em fazer 17 e parar no tempo. Com 17 você sai, não pode beber, mas bebe, dá um jeitinho de entrar nas festas e eu não me importava em dirigir, acho que é por isso que não consegui tirar carteira de motorista até hoje. 17 pra mim era a idade perfeita, no máximo poderia ter parado nos 18, mas e 20? O que eu faço com esse número além de me preocupar com a idade que está chegando. Isso tudo não é tempestade em copo d' água, eu sempre me preocupei demais com o futuro, meu medo não é de envelhecer, é de não conseguir fazer tudo que eu quero fazer até lá. Meu medo é do meu eu futuro decepcionar meu eu presente e eu sei que isso vai acontecer porque nem tudo é do jeito que a gente planeja. E quando eu tiver a tão famosa síndrome dos 20 e poucos onde todo mundo parece estar se ajeitando, menos eu. Pânico no lago.
Meu tão esperado 17 anos não foi nenhum pouco como eu imaginava, não tem jeito expectativa x realidade rima com decepção. Inclusive eu acho que eu sei quem foram as culpadas da decepção, revistas adolescentes. Me deram a esperança de que tudo seria lindo, de que um carinha lindo chegaria na escola ou na minha rua e se apaixonaria por mim pelo que eu era e não por minha aparência. Me ensinaram a querer que minha vida fosse de um certo modo, a querer certas coisas que as vezes eu nem precisava e me fizeram principalmente procurar felicidade nas coisas erradas. Queria ter 17 anos com a cabeça que eu tenho hoje e quando eu tiver 30 vou querer ter 20 anos. Como diriam meus profs: Ah, as pessoa...




0 comentários: