Já falei mil vezes aqui que eu não consigo rezar. Gente, eu não consigo ficar recitando orações, não consigo me concentrar, começo com Ave Maria e logo to pensando nos problemas, nas alegrias ou em coxinha. É uma pena, juro que queria conseguir me concentrar com essas orações. Costumo brincar com minha mãe que minha oração vale mais porque quando eu rezo Deus pensa: Gente, deve ser sério, vou lá ver. E realmente quase tudo que eu rezo dá certo. Minha mãe brinca: "Teu santo é forte, Laiz". Pra mim só há dois jeitos de conseguir rezar: O primeiro jeito é cantando porque acho que consigo prestar atenção naquilo que estou cantando, por exemplo: "O mundo pode até fazer você chorar, mas Deus te quer sorrindo." Acho isso tão lindo e motivador. O segundo modo eu só vou contar no fim do texto porque sou chata.
Comer, rezar e amar é um dos meus livros preferidos. Até hoje reli poucos livros. A maioria foram aqueles infantis que eu relia quando criança quando não tinha nada pra fazer tipo O Patinho Cirilo. Depois teve Cazuza, só as mães são felizes que sempre choro no começo quando ele morre. Abre parênteses: O mais legal é que isso não é um spoiller porque todo mundo sabe que o Cazuza morre, fecha parênteses. Dom Casmurro porque eu queria entender detalhes que deixei passar na primeira leitura e acho que se eu ler mais umas 10x ainda vou encontrar mais detalhes. E Comer, Rezar e Amar porque eu acho que aquela mulher escreveu alguns trechos pensando em mim. O fato de eu pensar que ela escreveu pensando em mim prova que eu sou uma mulher comum porque todo mundo se identifica com esse livro e PUTA QUE PARIU como eu tenho inveja de quem consegue escrever assim. Toquei nesse assunto porque em Comer, rezar e amar ela aprende a meditar, mas eu acho impossível isso. Acho que enquanto meditava ela pensava: Ah vou escrever isso assim. Vou descrever de tal jeito. Entende? Não acho que a cabeça dela para algum minuto para que ela medite. Caramba, ela escreveu um livro sobre isso. Mas há um trecho no começo do livro em que ela simplesmente conversa com ele. Ela diz aquilo o que ela quer dizer, pergunta o que quer, pede ajuda, como um amigo mesmo. E aí eu pensei: Por que não, né?
Outro dia eu tava em uma situação de desespero e depois de rolar um milhão de vezes na cama e rodar o travesseiro para que ele ficasse um pouco mais fresquinho, comecei a rezar. Mal tinha começado e como esperado já tinha perdido totalmente o foco, mas aí eu comecei a falar com Deus. Parece idiota, né? Acho que repeti umas cem vezes a mesma coisa: "Deus, o que você quer de mim? O que que eu faço?" e aí eu dormi. Aí agora todo dia eu converso com ele, ou comigo, ou com minha fé, cada um vê como quiser. Sempre que começo as orações tradicionais eu paro e converso, agradeço e bem... Deus tem sido um lindo comigo. 

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Já faz um ano que eu venho a pé trabalhar, saio da academia e venho. Se há um ano atrás você falasse que eu faria academia 06:30 eu riria da sua cara e hoje não consigo me imaginar sem. Enfim, o caminho de lá até a visu é uma subida. Há dias em que eu subo pensando: Nossa ainda falta tudo isso. Há outros dias em que subo pensando: Nossa já subi tudo isso. Acho que esse pequeno pensamento simples revela muito do meu humor. Acho que os dias em que eu estou com o segundo pensamento são mais fáceis e melhores.
Se eu conseguisse ter esse segundo pensamento para outros aspectos e todos os dias da minha vida tudo seria mais fácil. Eu olharia tudo que já aconteceu de tenso no passado e pensaria: "Mas se eu já passei por isso, por que não daria conta de passar por esse novo obstáculo?" Ou então: "Ah isso aqui vai ser de boa, eu já passei por tal coisa." A vida tá boa, sabe? Eu to em paz, tenho amigos verdadeiros, tenho gente que me ama e não to com medo de nada, bom quase nada. Sempre haverá aqueles medos naturais.
Há uma semana tenho pesadelos horríveis com minha irmã. Na primeira vez estávamos em um campo de guerra, havíamos nos perdido e ela me achou. Me achou, me colocou em uma cabine de banheiro para me proteger e ficou lá fora. Em posição fetal eu chorava e implorava para que ela entrasse, mas não saia lá fora para puxá-la, me senti inútil e covarde. Da segunda vez, estávamos em uma sorveteria. Eu como de costume colocava mais sorvete que conseguiria comer quando começou uma briga na rua e essa briga virou uma confusão e essa confusão virou uma revolta armada. Só sei que no final estávamos dentro da sorveteria com armas apontadas para nossas cabeças. Eu tava agarrada na lu e juro que consegui sentir o gelado da arma no meu ouvido. Depois de muito tempo de pânico eu pensei: Peraí, essa sorveteria não é assim. É sonho. Eu já falei infinitas vezes aqui dessa capacidade que eu tenho de descobrir que é sonho e lutar com todas as forças para acordar ou mudar a situação. Acho que sou uma divergente. Quem viu esse filme vai entender. Enfim, mesmo sabendo que era sonho esses pesadelos entraram no ranking dos piores até hoje. Acho que estou escrevendo mais para não esquecer mesmo, ainda está fresco, ainda me aterroriza.



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