Eu odeio agridoce. Tenho pavor de estar comendo maionese no natal e morder uma maçã achando que é batata. Maionese de natal não é igual maionese de domingo, é mais incrementada e as pessoas acham que tem que colocar maçã, uva passas e aquela flor de tomate em cima que só de pensar em cortar daquele jeito me dá preguiça. Desculpe, mas sou da geração prática. Sou contra tudo aquilo que consome meu tempo e não faz tanta diferença. Fica bonito? Fica, mas jamais farei isso. Tenho pena dos meus futuros filhos. Acho que eles jamais existirão, mas ok.Na verdade o pavor em morder a maçã é mais pela consistência que pelo sabor, igual cebola e espinafre. Odeio a consistência desses alimentos. Tem gente que odeia feijão e milho pelo mesmo motivo.


Acho que odeio agridoce porque o agridoce é aquele que não sabe o que quer. Não decide se é doce ou salgado e decide ser os dois. Sou fã de comer a sobremesa antes do salgado, fã de beber refri com bolo, mas misturar não dá. Não dá pra por fruta na comida, não dá pra não saber o que quer. Quando eu era criança, ia comprar pipoca e não conseguia decidir se queria doce ou salgada então o vô quiqui me ensinou a pedir meia a meia. Desde então só peço pipoca assim. Mas isso é memória de infância e qualquer memória de infância tem o direito de virar exceção à qualquer regra.


Comida é coisa muito boa pra não saber o que quer. É igual paixão. Não dá pra ser morna. Tem que ser quente. Se for morna não é paixão. Não dá pra não saber o que quer, tem que saber. E se não souber o que quer tem que saber pelo menos o que não quer. Não falo de amor porque ainda não sei o que é. Sei o que é amor fraterno, materno, etc. Mas esse amor aí que os românticos contam ainda não conheci. Quando eu conhecer conto sobre. Conto desse meu jeito como se eu fosse expert no assunto mesmo não sendo. Ok?


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