Quando ouvimos um conto pela primeira vez não possuímos malicia e não percebemos suas mensagens subliminares. Branca de neve sempre foi meu conto preferido e aprendi a vê-lo com outros olhos.

A começar que ela não tem mãe como a maioria das outras princesas. A maioria dessas é órfã de pai, ou de mãe, ou dos dois. Isso não seria absurdo se a maioria das crianças quando questionadas se querem ser princesas não respondessem que querem. Percebe o drama? Ela prefere ser bonita, ter poder, príncipe encantado a presença dos pais. É um caso de desvalorização da família.

Passamos agora para o trabalho escravo. Não, não mudei de conto e estou falando da Cinderela, mas ainda da Branca de Neve. Quando ela foge pela floresta e encontra a casa dos anõezinhos, o que acho uma cena um tanto quanto incomum, ela se hospeda na casa deles, mas em troca trabalha para eles. Todo mundo acha isso bonito, os anões bonzinhos, quando na verdade o que eles fazem é escravizá-la.

Há também uma passagem bíblica, do velho testamento. Como Eva, a princesa come a maçã. Mas que raio de graça essa mulherada vê na maçã? E olha que nem é uma maçã do amor, é uma comum mesmo. Já falei disso em Tensão pós maçã. Além disso, ela não deveria ter conversado com estranhos, muito menos ter aceitado comida. É uma prova que a educação materna fez falta.

Depois de comer a maçã a princesa morre, bate a caçoleta, veste o paletó de madeira (de vidro no caso, acho chique). Os anões choram, não porque sentem saudade, mas porque morreu a escrava do lar gostosa. Quem nunca ouviu alguém dizendo que Branca de Neve era pedófila? Não conformo com essa afirmação, anão não é criança. Enfim, o príncipe chega, a beija e ninguém diz nada? Isso é necrofilia gentchi. Ninguém acha um absurdo ele beijá-la morta? Só porque é príncipe porque se fosse um pé rapado qualquer ia chover críticas. E quando ele a beija o que acontece? Segunda passagem bíblica, ressurreição. Impressão minha ou Branca de neve virou Jesus?

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