Existe mais sacanagem que o conto da Dona Baratinha? A começar é que ela só procura marido quando acha a moedinha, ou seja, ela sabe que sem dinheiro não arrumaria ninguém, vive em uma sociedade baseada nas relações por interesse. Quando encontra a moeda não vai simplesmente à caça, ela primeiro se arruma colocando até fita no cabelo, é uma submissa a ditadura da beleza. Apesar de tanta coisa em comum com os relacionamentos do mundo moderno essa narrativa tem um diferencial, Dona Baratinha é marqueteira, empreendedora e criativa. Pra encontrar o homem de seus sonhos ela faz um Jingle realçando suas qualidades “Quem quer casar com a dona baratinha que tem fita no cabelo e dinheiro na caixinha?” fica se exibindo porque nessa sociedade não basta ter, tem que mostrar.

Demora muito pra personagem encontrar um pretendente a sua altura isso demonstra que ela também não quer se casar com qualquer um é perceptível que tem síndrome do príncipe encantado, é uma exigente. Quando encontra um noivo ele não é um “barato”, mas sim um rato, muito bizarro um relacionamento entre rato e barata, já pensaram nas proporções de tamanho? É simplesmente inviável, ele é gigante para ela, não tem lógica. E o pior, o auge é que depois de tanto procurar o noivo, escolher, preparar a festa ela não se casa. Perder o noivo afogado no caldeirão de feijoada? Tem fim mais trágico que esse? Puts, Nem pra morrer com glamour Dom Ratão?

O pior é que certeza que Dona Baratinha gastou toda sua moedinha no preparo do casório e, portanto termina a estória não só sozinha como também pobre.

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